
A experiência de vivenciar in loco o espetáculo do Moulin Rouge costuma dividir opiniões: ou você ama ou você odeia. Acredito que as pessoas que fazem parte do segundo grupo se decepcionam principalmente porque não sabem muito bem o que encontrarão por lá. Já o primeiro grupo não consegue resistir à fascinação que o cabaret exerce no imaginário popular. Mais do que uma casa de espetáculos para turistas, o Moulin Rouge é um ícone da boemia parisiense durante o último século e um dos símbolos mais fortes da cultura francesa no mundo.
Fundado em 1889 em meio à efervecência cultural do bairro de Montmartre, o cabaret se tornou rapidamente o reduto de escritores e artistas que chegavam a Paris vindos de todas as partes do mundo, atraídos pela ideia de fazer parte da revolução cultural europeia capitaneada por Paris no final do século XIX.
O ambiente extravagante do Moulin Rouge era a perfeita tradução da exuberância da belle époque, com um grande jardim onde um elefante gigante e macacos trazidos da África se misturavam com prostitutas, trabalhadores e boêmios com o sangue repleto de absinto o ópio.
Foi neste cenário que surgiu uma nova dança inspirada na quadrilha francesa, enérgica e efusiva, cujas dançarinas luziam coloridas saias que se tornaram o principal tema da obra do pintor Henri de Toulouse-Lautrec. Esse novo ritmo era nada menos que o french can can, que se popularizou pelo país e transformou suas principais dançarinas em verdadeiras divas de fama internacional, como La Goulue e Jane Avril, mulheres que inspiraram a personagem de Satine no filme de Baz Luhrmann sobre o Moulin Rouge.
Todos aqueles que querem reviver esse ambiente boémio da Belle Époque devem incluir o Moulin Rouge no topo das prioridades em Paris, mesmo sabendo que hoje em dia o cabaret se tornou um show de luxo para turistas. O espetáculo dura cerca de duas horas, com números que intercalam dança, canto, patinação e sketchs de comédia, um deles com participação do público em cima do palco – e eu obviamente fui a escolhida entre centenas de pessoas para participar e passar a vergonha do século!

O Féerie (espetáculo em cartaz no Moulin Rouge desde 1999) tem muitos altos e baixos, com números excelentes (com destaque para o can can e a apresentação dos patinadores) e outros nem tanto. É um espetáculo menos glamouroso que o apresentado pelo Lido e menos erótico que o Crazy Horse, os outros dois cabarets mais renomados de Paris (atualização: o Lido fechou as portas em 2022).
Mas afinal, vale a pena assistir a um show do Moulin Rouge em Paris? Para mim, a atração vale a pena pelo que o cabaret representa, mais do que pelo espetáculo em si. Obviamente me encaixo no grupo dos que amaram a experiência e sem dúvida repetiria todas as vezes que estiver em Paris!
Como comprar ingressos para o Moulin Rouge?
O ingresso pode ser comprado pela página oficial do Moulin Rouge, onde são oferecidas 3 opções:
- Espetáculo com jantar às 19h: 255€ por pessoa em dias de semana e 270€ por pessoa nas sextas e sábados
- Espetáculo às 21h: 138€ por pessoa em dias de semana e €158 nas sextas e sábados. O pacote VIP (Prestige), que inclui 1/2 garrafa de champagne por pessoa, acesso prioritário e brindes, custa 275€ por pessoa
- Espetáculo às 23h: 118€ por pessoa em dias de semana e 133€ por pessoa nos finais de semana. O pacote VIP (Prestige), que inclui 1/2 garrafa de champagne por pessoa, acesso prioritário e brindes custa 245€ por pessoa
Valores coletados em 2025
Preferimos jantar em um bom restaurante em Montmartre próximo ao Moulin Rouge antes do show e escolher a entrada com champagne (uma garrafa de Duval Leroy de boa qualidade). Esta opção com garrafa de champagne só está disponível para reserva através do GetYourGuide:
Qual sessão escolher no Moulin Rouge?
Diariamente são apresentadas duas sessões, às 21h e às 23h, sendo que o primeiro horário é mais caro que o segundo. Lembre-se que ao escolher a sessão das 23h fica difícil contar com o metrô para voltar ao hotel depois do show, a menos que você saia correndo assim que acabar. Por outro lado, é o horário ideal para jantar tranquilamente antes de ir ao Moulin Rouge. Uma vez comprada a entrada, o Moulin Rouge não aceita devoluções nem troca de horário.
Como se vestir para o Moulin Rouge?
Embora a organização do Moulin Rouge solicite que os turistas vistam traje esporte fino, a verdade é que muita gente bate perna o dia inteiro na rua e vai com a roupa que estiver no corpo. Eles só barram mesmo quem estiver de bermuda, short, chinelo ou tênis esportivo.
Eu recomendo ir bem vestido, até mesmo para valorizar mais a experiência. Camisa social e sapato para os homens, salto e vestido para as mulheres.

Como chegar no Moulin Rouge em Paris?
O Moulin Rouge fica bem em frente ao metrô Blanche, em plena Boulevard de Clichy, uma rua famosa pelas casas de show e bares de striptease. É uma zona complicada para passear à noite, por isso o ideal é ir apenas ao Moulin Rouge e evitar caminhar muito pelo bairro depois do espetáculo.
Que horas chegar para o espetáculo do Moulin Rouge?
No dia do espetáculo chegue cedo na fila, pelo menos uma hora antes. Isso porque os primeiros a chegar são colocados nos melhores lugares em frente ao palco. Nós éramos os primeiros da fila e fomos privilegiados com o melhor lugar de todo o salão! Não existe reserva de mesa, o maître organiza o salão por ordem de chegada.

É permitido fotografar no Moulin Rouge?
Infelizmente não está permitido tirar fotos nem antes nem durante o show e os garçons são implacáveis em identificar quem descumpre com a regra. Tiramos uma foto com o celular e rapidamente levamos uma super bronca.
Já depois do show os garçons até se oferecem para tirar fotos e você pode fotografar o quanto quiser.
É permitida a entrada de crianças no Moulin Rouge?
Essa é uma dúvida muito comum de quem viaja com filhos. Quando eu era criança e visitei Paris pela primeira vez com meus pais fui uma vítima dessa proibição do Moulin Rouge! Hoje em dia as regras mudaram e o Moulin Rouge já aceita crianças a partir de 6 anos. Os menores de idade devem estar acompanhados por um adulto.