Onde comer em Paris: nossa seleção das melhores experiências gastronômicas

Paris é um verdadeiro paraíso para os amantes da gastronomia, e depois de tantas visitas à Cidade Luz, descobri lugares que se tornaram paradas obrigatórias em cada viagem, desde bistrôs charmosos e acolhedores aos templos da alta cozinha com estrela Michelin.

Saber onde comer em Paris acaba de tornando uma parte essencial no planejamento de uma visita à cidade. Neste post, compartilho uma seleção dos meus restaurantes favoritos em Paris — aqueles que sempre faço questão de revisitar e que tornam cada viagem ainda mais memorável.

👉 E se você está planejando uma viagem pra Paris e quer comer bem sem estourar o orçamento? Então corre lá no post 5 dicas para economizar nos restaurantes de Paris — onde te dou dicas simples que vão te ajudar a aproveitar o melhor da culinária francesa sem gastar uma fortuna!

Bon appétit!

Maison de la Truffe

O diamante negro da gastronomia francesa

Se existe no mundo um paraíso para os adoradores da trufa, esse lugar é a Maison de la Truffe. O restaurante é uma referência em Paris desde 1932 e possui tudo que um apaixonado por trufas como eu poderia desejar: um menu inteirinho elaborado com o objetivo de valorizar o sutil aroma e sabor das trufas negras.

Ao entrar pela porta da Maison de la Truffe, o inconfundível cheiro das trufas impregna o ar e ajuda a abrir o apetite para o que está por vir. O cardápio variado inclui pratos de peixe, carnes, massa, ovos, além de uma seleção de queijos e foie gras aromatizados com trufas.

Sendo uma das comodities culinárias mais caras do mundo, a trufa é um detalhe que encarece qualquer prato. São fungos realmente difíceis de serem encontrados, em um processo que envolve cachorros e porcos treinados para identificar seus aromas debaixo da terra, escondidas pelos bosques da Itália, França, Espanha e Croácia.

Uma forma acessível de desfrutar ao máximo dos complexos sabores das trufas é escolhendo um dos pratos de massa, opção mais em conta no cardápio da Maison de la Truffe. Nós optamos pelo Ravioli e pelo Tagliatelle, ambos com molho de trufas negras, os únicos pratos do menu que custam menos de 45 euros.

Mas o que realmente nos deixou sem palavras foi a incrível seleção de queijos trufados, que pode ser pedida como entrada ou como sobremesa (na França os queijos costumam ser servidos ao final da refeição).

O restaurante tem dois endereços em Paris, sendo o mais novo na Rue Marbeuf próximo à Champs Élysées e o original ao lado da igreja Madeleine, em funcionamento desde 1932. O restaurante na Madeleine foi cenário do encontro entre Emily e primeira-dama da França, Brigitte Macron, na quarta temporada de Emily em Paris!

Não deixe de visitar a lojinha na saída, uma ótima oportunidade para se abastecer com diversos produtos à base desta maravilha culinária! Os queijos podem ser embalados a vácuo para serem transportados no avião de volta para o Brasil,

Maison de la Truffe 
19 Pl. de la Madeleine
Metrô: Madeleine
Combine com: Rue Royale e Place de la Concorde

L’Atelier de Joël Robuchon

A casa do chef mais estrelado do mundo

Provavelmente nenhum visitante em Paris arriscaria comer num restaurante cuja entrada fica escondida dentro de uma farmácia, ainda mais sabendo que a refeição será servida no balcão e os preços não serão muito amigáveis. Mas quando o restaurante em questão leva a assinatura do papa da gastronomia francesa, o caso já muda de figura.

O L’Atelier Étoile faz parte do grupo de restaurantes do idolatrado Joël Robuchon, considerado o “chef do século” e um dos pioneiros da gastronomia molecular. Seu currículo inclui nada menos que 25 estrelas Michelin, mais que qualquer outro chef na história. Parte destas estrelas foram conquistadas graças ao conceito do L’Atelier, reproduzido em 8 restaurantes ao redor do mundo.

A filosofia dos Ateliers é oferecer uma experiência acessível e descontraída, onde os casais são alocados no balcão e as mesas são reservadas para grupos maiores. Apesar de não ser tão confortável, estar no balcão de um Atelier tem lá suas vantagens. O conceito de cozinha aberta permite ao visitante ver o trabalho dos cozinheiros a todo momento e impressionar-se com a surpreendente organização e agilidade de um restaurante de alta gastronomia.

Atualmente detentor de 2 estrelas Michelin e da 63ª posição na lista dos Melhores Restaurantes do Mundo, o L’Atelier de Joël Robuchon Étoile oferece experiências bem distintas de acordo com o orçamento de cada um. Como explicamos neste post, optamos pela alternativa mais econômica: um menu de almoço a 44 € que inclui um amouse bouche, uma entrada, prato principal e sobremesa ou tábua de queijos (entre os restaurantes com 2 estrelas Michelin em Paris, o L’Atelier tem o menu mais acessível).

Tudo estava indo bem até chegarmos no prato principal… Nesse momento o L’Atelier deixou de ser apenas “um bom restaurante” e ultrapassou aquela linha que transforma uma simples refeição numa experiência memorável. E o prato principal era basicamente… um frango empanado! Mas era um frango empanado idealizado por Joël Robuchon: simplesmente uma das coisas mais incríveis que já provei na vida.

L’Atelier de Joël Robuchon Étoile – Champs-Élysées
30 Rue Vernet (bem no final da Champs Elysées com entrada pela farmácia Publicis Drugstore)
Metrô: Champs-Élysées Étoile
Combine com: Arco do Triunfo e um passeio pela Champs Elysées

Angelina

O lendário chocolate quente de Paris

Este é um dos charmosos cantinhos de Paris que ainda preservam, entre murais e espelhos, a elegância e sofisticação tão características da Belle Époque francesa. Durante mais de um século, a casa de chá Angelina se estabeleceu como reduto de célebres nomes da moda em Paris. Ninguém menos que Coco Chanel era uma habitué no salon du thé do Angelina. Cada dia, ela buscava inspiração de frente para o espelho na mesa 10 enquanto tomava sua dose diária de chocolate quente.

E é justamente ele que continua até hoje atraindo visitantes de todo o mundo ao Angelina. Considerado por muitos o melhor chocolate quente de Paris, o Chocolat Chaud l’Africain é a especialidade da casa, uma referência ao cacau trazido da Costa do Marfim, Nigéria e Gana utilizados na sua elaboração.

Amargo, forte e extremamente grosso, ele é recomendado apenas para os verdadeiros amantes do chocolate. Não menos excepcional é o chocolate quente branco, que consegue o ponto de doçura perfeito para não se tornar enjoativo.

Se ainda não estiver satisfeito, complete a overdose de chocolate com a pâtisserie mais famosa da casa. O Mont Blanc é o destaque do cardápio do Angelina, elaborado com creme de castanhas, queijo branco cremoso e coberto com merengue de chocolate. Uma textura divina equilibrada entre cremoso e crocante.

Assim como o chocolate quente, o Mont Blanc segue a mesma receita desde a abertura da casa de chá em 1903. Essa dobradinha costuma ser a protagonista nas mesas dos turistas mas, embora eu me considere chocólatra, achei que foi um exagero de chocolate e saí de lá com excesso de açúcar no sangue.

Além das especialidades, o cardápio do Angelina oferece de tudo um pouco, incluindo opções para um almoço leve. Dependendo da hora do dia, pode haver fila na porta ou pode estar tranquilo para encontrar mesa. Mesmo que seja só para tomar o chocolate quente, faça uma reserva através do site e não perca seu precioso tempo em Paris esperando na fila!

Angelina
226 Rue de Rivoli
Metrô: Concorde
Combine com: Museu do Louvre, La Madeleine ou Ópera

Benoit

Bistrô autêntico com assinatura de Alain Ducasse

Não existe em Paris um bistrô mais bistrô que o Benoit! Se você tem uma imagem na cabeça da belle époque francesa, provavelmente ela se parece com esse restaurante. Entrar pela porta do Benoit é como viajar no tempo: pratos de porcelana decorados com flores, afrescos no teto, paredes de madeira, cadeiras forradas de veludo vermelho e uma atmosfera que parece intocada desde a sua inauguração em 1912.

O que sim sofreu uma grande transformação no Benoit é o nome por trás da gerência: desde 2005 o bistrô faz parte do seleto grupo de restaurantes de Alain Ducasse, o renomado chef francês detentor de nada menos que 21 estrelas Michelin. Uma delas foi alcançada depois de ter assumido o Benoit, graças a uma proposta que busca recuperar a tradicional culinária francesa. Aqui você não vai encontrar interpretações modernas dos pratos, apenas grandes clássicos dos bistrôs parisienses, servidos em boas quantidades e da forma mais tradicional possível.

Este conceito, combinado à gastronomia altamente técnica de Alain Ducasse, transformou o Benoit no primeiro bistrô de Paris a conseguir uma estrela Michelin. A desvantagem é que este mérito se reflete diretamente nos preços do cardápio. Como já explicamos neste post, a solução neste caso é visitar o restaurante no horário do almoço e aproveitar o preço super acessível do menu (38 euros na época da nossa visita).

O menu do almoço oferece 3 opções de entrada, prato principal e sobremesa. Além disso, a experiência começa com um maravilhoso aperitivo com os famosos Gougères au fromage, pãezinhos de queijo que levam a assinatura de Alain Ducasse.

As opções do menu variam de acordo com os ingredientes da temporada, mas com sorte pode incluir clássicos franceses como steak tartar, escargot, veado ao vinho tinto, ratatouille, cassoulet ou foie gras.

Para terminar, experimente a sobremesa clássica da casa: o Savarin à l’Armagnac, uma espécie de bolo esponjoso servido com um forte licor da região de Armagnac e um espesso creme chantilly.

Benoit
20 Rue Saint-Martin
Metrô: Châtelet
Combine com: Centre Pompidou e Hôtel de Ville

Breizh Café

Em busca do crêpe perfeito

Você pode facilmente encontrar crêpes por toda Paris, seja em stands na rua ou em creperias tradicionais — como a popular Au P´tit Grec, famosa pelos preços convidativos. Mas se o que você busca é uma verdadeira conexão com o autêntico crêpe originado na Bretanha, esse lugar é o Breizh Café – Breizh significa bretão, no dialeto local.

As 12 unidades do Breizh Café conectam Paris com a essência da Bretanha: eles possuem uma fazenda própria, localizada entre Saint-Malo e Cancale, onde é produzido trigo sarraceno orgânico e vários outros ingredientes utilizados nos restaurantes da rede – até mesmo o caramelo com manteiga salgada (caramel au beurre salé). Não só isso: o Breizh Café ainda forma os próprios cozinheiros no Atelier de la Crêpe em Saint-Malo, como forma de transmitir o ofício e manter viva a tradição bretã.

Diferente das unidades mais novas, como as de Odéon e Canal Saint-Martin, que têm uma decoração mais moderna, a unidade original no Marais é pura Bretanha — com pisos e mesas de madeira, criando um ambiente acolhedor e intimista.

O menu vai além das opções clássicas de presunto, queijo e ovo e apresenta combinações criativas. A galette (cuja massa é feita somente com trigo sarraceno e água) é a base ideal para os sabores salgados, como herring defumado com batatas de Saint-Malo, jamón com shitake ou salmão defumado.

Já o crêpe tradicional como nós estamos acostumados é feito com uma massa à base de farinha de trigo branca e leite, utilizada na Bretanha (e no Breizh Café) somente para os crêpes doces. Aqui você vai encontrar sabores como caramelo com manteiga salgada, chocolate Valhona 70% ou geleias artesanais de Saint-Malo.

O casal franco-japonês por trás do restaurante também tem filiais no Japão, o que resulta em uma curiosa mistura cultural que pode ser percebida em alguns itens do menu. O meu representante favorito dessa fusão é certamente o crêpe de manteiga aromatizada com yuzu, que você não deve deixar de pedir como sobremesa.

E para acompanhar um bom crêpe, não pode faltar uma cidra tipicamente bretã. O Breizh Café oferece mais de 60 tipos diferentes de cidra, todas com preços razoáveis.

Breizh Café
109 Rue Vieille du Temple (Marais) e mais 11 unidades em Paris
Metrô: Saint-Sébastien – Froissart

Le Soufflé

Todas a versões do emblemático prato francês

Se tem uma coisa que aprendi com o MasterChef foi que o soufflé é um dos pratos mais difíceis de serem executados. Os ingredientes são básicos (ovos, leite, farinha e manteiga), mas conseguir a textura e altura perfeitas de um soufflé é pura técnica. Por isso mesmo, este não é um prato que você vai encontrar facilmente em restaurantes pela França.

Felizmente, o restaurante Le Soufflé vem praticando a técnica do soufflé perfeito desde 1961, o que inevitavelmente o levou à perfeição. Hoje, o restaurante é referencia neste prato que é um clássico da gastronomia francesa.

Apesar de servir outros tipos de prato também, o destaque aqui é o Menu Tout Soufflé: uma refeição completa por 40€, composta por um pequeno soufflé de entrada servido com salada, um soufflé como prato principal e um terceiro soufflé doce de sobremesa. É uma overdose de soufflé? Sim. É enjoativo? Nunca!

O menu varia de acordo com a estação do ano, pois o restaurante investe em ingredientes frescos e sazonais. Algumas opções que podem estar disponíveis como entrada são o clássico soufflé de presunto e queijo, soufflé de queijo de cabra com alecrim e tapenade de azeitona para quem gosta de sabores mais intensos ou levinho soufflé de com tomate e manjericão.

Os soufflés do prato principal tem o dobro do tamanho do soufflé da entrada e podem ser de carne, frango ou peixe – como boeuf bourguignon, foie gras com geleia de figo, salmão com ricota ou queijo com um molho cremoso de frango e cogumelos.

Mas nada te prepara para o soufflé doce, que sem dúvida é o grande destaque do menu. Tem pistache com chocolate, Grand Marnier, limão com coco, crème brûlée com chocolate branco, além do tradicional soufflé de maca.

Uma refeição no Le Soufflé é uma experiência gastronômica verdadeiramente única, uma oportunidade de experimentar esse clássico da culinária francesa preparado com maestria.

Le Soufflé
36 Rue du Mont Thabor
Metrô: Concorde
Combine com: Museu do Louvre, La Madeleine ou Ópera

Le Flore en l’Île

Um cantinho tipicamente parisiense

Sabe aquela ideia de sentar na varanda de um charmoso bistrô francês para curtir um brunch regado a champagne, tal qual Emily em Paris? Aqui no Le Flore en l’Île você pode fazer exatamente isso. Localizado às margens da charmosa Île Saint-Louis, no coração de Paris, este restaurante tradicional tem uma vista privilegiada da Catedral de Notre-Dame e uma atmosfera tipicamente parisiense. E claro que ele já apareceu na série da Netflix, mais precisamente no primeiro episódio da série Emily em Paris.

Mas o restaurante vai muito além do cenário. Ele é também é ideal para quem quer provar a tradicional culinária francesa: escargots da Borgonha, fois gras, steak tartar, confit de pato — e, claro, os famosos sorvetes da Maison Berthillon de sobremesa. Fornecedor histórico da casa, o Le Flore en l’Île serve o sorvete mais famoso de Paris que faz os turistas e parisienses enfrentarem as longas filas com prazer.

E aqui vai a dica de ouro: não deixe de conferir se o restaurante está disponível para reserva com desconto no app The Fork. Quando fomos, conseguimos nada menos que 50% de desconto na conta final (exceto bebidas) — uma verdadeira pechincha em pleno centro de Paris!

Le Flore en l’Île
42 Quai d’Orléans
Metrô: Pont Marie
Combine com: Catedral de Notre-Dame, Hôtel de Ville e o bairro do Marais

Chez André

Steak tartare à moda antiga

Na minha odisseia em busca do melhor steak tartare de Paris (ainda não finalizada), acabei encontrando o Chez André, um bistrô que é exatamente o que se espera de uma experiência parisiense autêntica, que honra os clássicos franceses. Aberto desde 1936, esse restaurante no 8º arrondissement é um favorito entre os locais — e, surpreendentemente, ainda fora do radar da maioria dos turistas.

O Chez André tem a elegância discreta de uma brasserie antiga, com espelhos, estofados de veludo e garçons de jaleco branco — mas tudo isso mantendo a atmosfera informal de um bistrô.

O grande protagonista aqui é o steak tartare, preparado com carne crua de altíssima qualidade, cortada na faca, como deve ser. O cardápio traz ainda outros ícones da culinária francesa, como escargots, foie gras e pratos do dia que variam de acordo com os ingredientes frescos da temporada. Os preços são justos para o padrão de Paris, especialmente considerando a localização privilegiada, a dois passos da Champs-Élysées. Reservas são recomendadas, especialmente para o jantar.

Chez André
12 Rue Marbeuf
Metrô: Franklin D. Roosevelt
Combine com: Crazy Horse, Grand Palais, Avenue Montaigne

Pink Mamma

O italiano instagramável de Pigalle

Falar de comida italiana em plena capital da gastronomia francesa pode soar quase ofensivo, mas o Pink Mamma se tornou um hotspot de Paris graças ao ambiente instagramável que mais parece uma galeria de arte. A verdade é que o Pink Mamma não só entrega boas fotos para as redes sociais, mas também boa comida italiana a preços que não comprometem o orçamento.

Parte do Big Mamma Group, o Pink Mamma integra uma rede de restaurantes presente em diversas cidades europeias, cujo conceito engloba uma identidade visual marcante, atendimento informal e ingredientes fresquíssimos importados diretamente da Itália. O menu é um desfile de clássicos italianos com um toque contemporâneo: burratas incrivelmente frescas, massas artesanais feitas na casa, pizzas com sabores ousados e a famosa bistecca alla fiorentina, carro-chefe da casa, grelhada com excelência. O sucesso é tamanho que as filas na porta são frequentes, então não deixe de reservar com antecedência pelo site.

Pink Mamma
20bis Rue de Douai
Metrô: Pigalle ou Blanche
Combine com: Moulin Rouge, Montmartre

1 comentário em “Onde comer em Paris: nossa seleção das melhores experiências gastronômicas”

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